sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Vontade e bom senso

As últimas semanas do ano de 2012, em Tomar, ficaram marcadas pela aprovação do orçamento do município para o corrente ano. 
Anabela Freitas, candidata a Presidente da Câmara


Mas não é em relação ao orçamento que pretendo falar, porque em relação a este, é público que a posição oficial do Partido Socialista foi contra e pelos motivos expostos em sede própria e que podem ser consultados aqui na sua página oficial.

O que importa analisar é o que levou alguns presidentes de junta a abandonarem a assembleia municipal na altura da votação do orçamento, que quanto a mim, constituiu uma atitude de protesto, a qual compreendo.

Convém lembrar, que os presidentes de junta não são eleitos para as assembleias municipais, têm assento por inerência e foi precisamente o direito ou não direito de voto dos presidentes de junta nos orçamentos municipais e nas contas de gerência, que dividiu há menos de 10 anos as direções nacionais do PS e do PSD quando se tentou introduzir alterações à lei eleitoral autárquica.

O que se passa em Tomar, no relacionamento entre o município e as freguesias, infelizmente não é caso único no país. A não existência de um relacionamento claro, transparente e objetivo, entre estas autarquias leva a situações como a da última assembleia municipal.

Com a aprovação deste Orçamento, acabaram as desculpas que o PSD vinha tendo para não fazer, para não apoiar devidamente as Freguesias.

Os pedidos mais insistentes dos presidentes das juntas ao município, têm passado sobretudo pelo arranjo de algumas estradas e caminhos, de responsabilidade municipal, pela limpeza de bermas, pelo arranjo ou cedência de algumas instalações públicas desativadas, pedidos esses que em muitos dos casos significam cedências das máquinas do município. E existe algum planeamento na cedência dessas máquinas? Existe um olhar global para o conjunto do território? Não, não existe! Quantas vezes assistimos a obras nas freguesias que ficam inacabadas porque as máquinas foram deslocadas para outros pontos do Concelho? A cedência de máquinas, o “saltar” de freguesia para freguesia é feito casuisticamente, tal como era prática corrente há 20 anos atrás.

Entendo que isto tem de mudar! E mudar como? Defendo que deve ser aferido com cada junta de freguesia quais as suas necessidades, definir prioridades na execução dentro dessa freguesia e posteriormente que prioridade tem na globalidade do Concelho. Com base em toda esta informação, planear a execução das mesmas e sobretudo efetiva-las através de protocolo. Entendo que a realização de protocolos é fundamental, para garantir transparência e sobretudo responsabilizar todos os envolvidos. A população ficará a saber o que cada um se compromete a fazer! Quando o deve fazer! Que meios dispõe para o fazer. Só assim os cidadãos podem fiscalizar os eleitos na sua atuação diária. Entendo que em toda a nossa atuação pública temos a obrigação de ter clareza (hoje usa-se muito o termo transparência) nas decisões o que contribuirá para promover a cidadania ativa.
É difícil? Do meu ponto de vista nem por isso! Basta para tal, vontade e bom senso!
Esta é, entre outras, a mudança necessária a fazer em Tomar!