Hortas
comunitárias e pedagógicas
Uma
proposta sustentável para Tomar
As
hortas comunitárias urbanas têm florescido por todo o país,
permitindo aos utilizadores alimentarem-se de forma mais saudável e
económica. Seja nas regiões das grandes áreas metropolitanas, seja
fora desta como foram os casos recentes de Abrantes e de Almeirim,
esta prática tem sido implementada com um sucesso assinalável.
Os
novos desafios ambientais, uma sociedade mais exigente do ponto de
vista da qualidade alimentar, mas também a atual conjuntura
económica, e as dificuldades que um conjunto significativo da
população está a sofrer, não podem estar omissas das preocupações
dos decisores públicos, podendo ser o garante do sucesso deste tipo
de experiências no concelho de Tomar.
Se
durante algumas décadas o sector agrícola foi colocado de lado por
um conjunto de políticas “cegas” que não souberam aproveitar o
que tínhamos de melhor, a verdade é que hoje importa revalorizar a
agricultura como mecanismo impulsionador da garantia da
sustentabilidade alimentar, mas também ecológica.
Além
da componente económica e ambiental, estes espaços têm demonstrado
uma importância significativa para as relações sociais e para a
ocupação de tempo livre de algumas franjas etárias da população.
Urge
ainda abordar este tema, na perspetiva da reativação do nosso
Mercado Municipal e na vivificação de uma nova abordagem de
promoção dos produtos locais. Há dois anos foi aprovada pela
Assembleia Municipal de Tomar, por unanimidade, uma proposta tendente
ao levantamento, em articulação com as Juntas de Freguesia, dos
espaços públicos ou baldios existentes no concelho, particularmente
os urbanos ou na periferia da cidade, com características de
possível utilização como hortas
comunitárias
e à criação de um regulamento que definisse as normas de
utilização desses espaços.
Neste
tema, como em muitos outros o tempo passou sem que nada tivesse
acontecido em Tomar e as oportunidades se gorassem. A articulação
do Município com os serviços do Ministério da Agricultura, para o
devido estabelecimento de protocolos para o uso do “Horto
Municipal” em Marmelais, só agora parece ter continuidade.
A
pertinência que atribuo no nosso contexto socioeconómico e até em
articulação com outros temas, como o caso do Mercado Municipal e a
sua importância primordial como instrumento âncora no
desenvolvimento de um sector de atividade económica, levam a que
deseje que esta primeira abordagem dê lugar a uma forte articulação
entre o Município, as Freguesias, os agrupamentos escolares, entre
outros atores sociais, de forma a que sejam implementadas em Tomar,
por um lado as ditas hortas
comunitárias
e por outro, as hortas
pedagógicas,
que impulsionem a promoção do desenvolvimento sustentável, até
porque o mesmo consta da missão da Câmara Municipal.
Também
aqui a Mudança será assumida, no respeito pelas decisões tomadas
há vários anos pelos órgãos do Município e na promoção da
qualidade de vida do nosso Concelho. As pessoas e a nossa
responsabilidade assim o exigem!